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Em 2009, um mundo mais próspero e de paz para todos


“Todo ser humano tem direito de tomar parte no governo de seu país. E a vontade do povo será a base da autoridade do governo.”

(Declaração Universal dos Direitos Humanos. Art.21)

A História do Capitalismo com as sucessivas crises tem nos ensinado muito. A mais célebre e desastrosa, o crack da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, alastrou quebradeiras por todo mundo, o que levou os países a uma profunda e duradoura recessão e amarga onda de desemprego.
A conseqüência trágica disso, traduzida em nacionalismo belicista, levou a Europa e demais países à segunda guerra mundial. Com a nova geopolítica do pós-guerra as potências do mundo ocidental adotaram um novo estágio do Capitalismo — o chamado Estado do Bem-Estar Social, agora supostamente mais civilizado, que se manteve precariamente até os nos 70.
O Capitalismo, na sua inesgotável capacidade de se reciclar, passa a vigorar em bases políticas neoliberais, cuja face se expressa na busca do Estado mínimo. A partir dessa nova realidade, os movimentos sociais travam a batalha pelo Estado de direito, ou seja, a garantia legal e institucional de um conjunto de direitos que inclui liberdade, terra, trabalho, moradia, saúde, educação e segurança. Princípios universais já consagrados na Constituição Federal de 1988.

Hoje, neste mundo globalizado em que vivemos certamente que muitas indagações são pertinentes: Qual o espaço do individual e qual o espaço do coletivo? O que dizer dos valores que norteiam as ações humanas? O bem e o mal, o certo e o errado, o justo e o injusto são universais?
Neste ano, submerso em nova crise do Capitalismo, um novo estágio de lutas surge diante dos trabalhadores e dos movimentos sociais, qual seja, o de não permitir a reciclagem desse sistema perverso para a humanidade. O planeta terá que suplantar esta encruzilhada histórica, fruto da globalização assimétrica, onde o jogo da agiotagem e do cassino financeiro fez prosperar, para logo em seguida arruinar, fortunas, à custa da gigantesca bolha financeira, com devastadora repercussão mundial.
Um novo desenho da economia internacional, não excludente e regulada, deve estar nos planos da comunidade internacional, especialmente dos países emergentes, como é o caso do Brasil, para que não se repitam os erros históricos anteriores.

Convém compreender as relações entre o conceito e a contradição e a noção de transformação. Registremos, aqui, que ainda existem defensores dessa política do Estado mínimo, das privatizações e da contenção dos gastos públicos, em especial dos gastos voltados para as áreas sociais. A mídia hegemônica tem se utilizado do “abalo global”, no sentido de criticar os orçamentos do governo federal voltados para obras de infra-estrutura e programas sociais.

No plano municipal, os prefeitos recém-empossados se confrontarão com os novos desafios postos pela crise atual. No entanto, que desta vez o povo, tão sofrido, historicamente, não venha de novo pagar a conta pela irresponsabilidade de governos representantes das elites neoliberais e pela ganância do sistema financeiro e especuladores de plantão.
Afinal, em 2009, não queremos perder a esperança por um mundo mais próspero e de paz, conforme desejado e festejado neste último réveillon por todos nós. Um novo mundo é possível, ninguém jamais nos tirará essa certeza.


Profª Guilhermina Rocha

Especialista em Educação e Historiadora

Presidente do CEPRO

Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras

Colunista do Jornal Razão

E-mail: guilherminarocha@oi.com.br

CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras

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Rio das Ostras – RJ

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