Você quer ser transportado para o passado de nosso país sem precisar usar o invento criado pelo célebre escritor H. G. Wells para seu livro A Máquina do Tempo?
Então prepare-se!
Em uma pequena localidade rural situada a poucos quilômetros do centro de Iguaba Grande, cidade que faz parte da Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, conhecida como Papicu, em clara referência a um dos rios da região, encontramos seis irmãs vivendo da mesma forma que viviam seus ancestrais dos séculos XVIII e XIX.
Trata-se, portanto, de remanescentes de uma comunidade quilombola, outrora conhecida como Quilombo de Papicu.
Essas irmãs, voluntária ou involuntariamente, mantem práticas semelhantes à tradição de seus pais e ancestrais deles que residiam no Congo, antes de serem escravizados e transportados ao Brasil pelo vil comércio de seres humanos durante o século XIX.
Suas tradições e costumes remontam a cultura bantu, sua comunicação se faz por um dialeto falado no passado na região do Congo, tal condição lhes deu uma alcunha de “irmãs conga”, que em nossos dias pode parece comum, mas no passado tinha caráter extremamente depreciativo.
Parte de sua tradição pode ser apreciada uma simples visão das irmãs caminhando, a irmã mais velha segue na frente, enquanto que as outras vem logo em seguida em fila indiana. Devemos a esse fato, o imenso respeito que as pessoas mais velhas tem dentro da cultura africana, como bem destacam diversos pesquisadores da cultura e da história dos povos africanos, como a historiadora Hebe Mattos, autora de Memórias do Cativeiro: Família, trabalho e cidadania no pós-abolição e Das Cores do Silêncio. Os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, séc. XIX), entre outros.
As irmãs congas, que já foram personagens de documentário, não nunca foram alfabetizadas e tampouco usam relógios, utilizam o tempo da natureza para determinar seus horários e afazeres.
Suas atividades consistem em trabalhar a terra e tirar o pouco para o seu próprio sustento. Mas nem sempre, para elas, muitas das vezes, elas precisam contar com a ajuda da sobrinha e de vizinhos, que em algumas vezes não entendem o que elas falam.
O tempo parece não incomodar as irmãs Georgina, Sigislete, Hermanda, Maria, Hilda e Luiza, todas são solteiras e ainda esperam pelo casamento e por ter filhos, embora suas idades as impeçam de pelo menos conseguir o segundo desejo. Apenas uma delas teve filho.
A vida e a luta por terras que lhes garantam o sustento que possuíam antes é tema do documentário As Sete congas, patrocinado pela Petrobrás, de autoria da museóloga e historiadora Nilma Teixeira, uma das 40 pessoas selecionadas em todo o Brasil para o Projeto “Revelando os Brasis III”, do Ministério da Cultura e Instituto Marlin Azul.
Outro sonho bastante desejado por elas é ter novamente um espaço para plantar, por isso, as irmãs congas guardam todas as sementes dos alimentos que comem, esperam enfim por seu pedaço de terra.
Então prepare-se!
Em uma pequena localidade rural situada a poucos quilômetros do centro de Iguaba Grande, cidade que faz parte da Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, conhecida como Papicu, em clara referência a um dos rios da região, encontramos seis irmãs vivendo da mesma forma que viviam seus ancestrais dos séculos XVIII e XIX.
Trata-se, portanto, de remanescentes de uma comunidade quilombola, outrora conhecida como Quilombo de Papicu.
Essas irmãs, voluntária ou involuntariamente, mantem práticas semelhantes à tradição de seus pais e ancestrais deles que residiam no Congo, antes de serem escravizados e transportados ao Brasil pelo vil comércio de seres humanos durante o século XIX.
Suas tradições e costumes remontam a cultura bantu, sua comunicação se faz por um dialeto falado no passado na região do Congo, tal condição lhes deu uma alcunha de “irmãs conga”, que em nossos dias pode parece comum, mas no passado tinha caráter extremamente depreciativo.
Parte de sua tradição pode ser apreciada uma simples visão das irmãs caminhando, a irmã mais velha segue na frente, enquanto que as outras vem logo em seguida em fila indiana. Devemos a esse fato, o imenso respeito que as pessoas mais velhas tem dentro da cultura africana, como bem destacam diversos pesquisadores da cultura e da história dos povos africanos, como a historiadora Hebe Mattos, autora de Memórias do Cativeiro: Família, trabalho e cidadania no pós-abolição e Das Cores do Silêncio. Os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, séc. XIX), entre outros.
As irmãs congas, que já foram personagens de documentário, não nunca foram alfabetizadas e tampouco usam relógios, utilizam o tempo da natureza para determinar seus horários e afazeres.
Suas atividades consistem em trabalhar a terra e tirar o pouco para o seu próprio sustento. Mas nem sempre, para elas, muitas das vezes, elas precisam contar com a ajuda da sobrinha e de vizinhos, que em algumas vezes não entendem o que elas falam.
O tempo parece não incomodar as irmãs Georgina, Sigislete, Hermanda, Maria, Hilda e Luiza, todas são solteiras e ainda esperam pelo casamento e por ter filhos, embora suas idades as impeçam de pelo menos conseguir o segundo desejo. Apenas uma delas teve filho.
A vida e a luta por terras que lhes garantam o sustento que possuíam antes é tema do documentário As Sete congas, patrocinado pela Petrobrás, de autoria da museóloga e historiadora Nilma Teixeira, uma das 40 pessoas selecionadas em todo o Brasil para o Projeto “Revelando os Brasis III”, do Ministério da Cultura e Instituto Marlin Azul.
Outro sonho bastante desejado por elas é ter novamente um espaço para plantar, por isso, as irmãs congas guardam todas as sementes dos alimentos que comem, esperam enfim por seu pedaço de terra.
ERRATA: O Documentário, muito bem alertado por nosso amigo Jorge, se chama IBIRI: TUA BOCA FALA POR NÓS.
Avenida das Flores, nº 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238 / (22) 9834-7409
E-mail: cepro.rj@gmail.com
CEPRO – Um projeto de cidadania, educação e cultura em Rio das Ostras
Muito boa a matéria, meus parabéns, mas sou obrigado a indicar um erro contido no texto. O nome do documentário, dirigido por Nilma Teixeira Accioli, não é “As Sete Congas”, senão “IBIRI: TUA BOCA FALA POR NÓS”. De fato, uma das poucas exigências feitas por elas mesmas para autorizar o documentário foi, precisamente, não serem chamadas de “Congas”, que para elas resulta extremamente ofensivo.
Nós agradecemos pela sua visita e principalmente por sua colaboração.
adorei a materia,como faço pra chegar ate o lugar ,moro em sao pedro da aldeia estou fazendo umtrabalho na faculdade e gostaria de ajuda´las.