“O valor de uma política não se reconhece por seus propósitos, mas sim por seus meios” (Werner Heisenberg, físico alemão).
Teorizar é uma coisa, governar é outra. Ou, conforme conhecido dito popular, “a teoria, na prática, é outra”. No plano político, há os que defendem que “programa de candidato é um e, de governo, é outro”.
Por esses exemplos, vemos que os meandros entre teoria e prática nem sempre coincidem, abrindo uma cisão entre intenção e ação, entre projeto e obra, entre idealização e realização.
Igualmente bem conhecido é o repetido mote de que “os fins justificam os meios”. Não só repetido, como praticado, acredito, universalmente. Sua validade pode ser comprovada no cotidiano, cujos efeitos enchem as páginas dos jornais e os noticiários televisivos.
Estamos aqui no terreno fértil, bem desenvolvido pelos políticos profissionais, isto é, aqueles cuja “profissão” (meio de vida), e não “vocação” (modo de vida), é “fazer política”.
E deste pragmatismo por resultados (fins) resulta que quaisquer métodos (meios) são justificados e aceitos. Como dizia o antigo humorista Zé Trindade, “o negócio é experimentar”.
Ideia essa que pode ser completada por outro dizer famoso de um não menos famoso jogador de futebol, a conhecida “lei de Gerson” que diz: “Seja como eu, leve vantagem em tudo”.
Este breve inventário de dizeres compõe um rico repositório (embora eticamente pobre) de impregnada ideologia, que tem no lucro (e na vantagem) o seu fulcro maior.
Como, hoje, todas as democracias são governadas pelo mercado, fácil observar que o dito mercado pouco é afeito à felicidade geral do povo, menos ainda do povo pobre.
Quando governantes são eleitos e tem que dar respostas aos investimentos (políticos e financeiros) aplicados na sua candidatura, aí também, mais do que nunca, prevalecem os fins diante dos meios empregados.
Sendo universal, ao que parece, tal lógica, ela se aplica também aos candidatos perdedores que, além do desagradável destino de derrotado, ainda tem que “pagar a conta”. Daí, tudo que estiver à mão é válido e permitido usar.
Neste contexto, vemos muitas disputas eleitorais se arrastarem, mesmo depois de divulgados os resultados do pleito. Por motivos variados, justificáveis ou não, justos ou não, tal combate interminável mina e compromete a vida de uma cidade e de sua população.
Enquanto isso, o povo continua na expectativa de quando as promessas serão cumpridas e as suas necessidades atendidas.
Assim, nesta tempestade de situações inconclusas, sobra ao cidadão e à cidadã ainda a esperança de que um dia poderão ter respondida sua angústia – “Onde foi que eu errei?” – e poder concluir o que os sindicalistas proclamam há tempos: ” Juntos somos ainda mais fortes”.
Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão – Rio das Ostras
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