João Cândido Felisberto foi um militar brasileiro que se destacou como líder da chamada Revolta da Chibata acontecida em 1910 – cem anos atrás – agora relembrada.
Nascido em 24 de janeiro de 1880, na então Província (hoje Estado) do Rio Grande do Sul, no município de Encruzilhada (hoje Encruzilhada do Sul), João Cândido foi filho dos ex-escravos João Felisberto Cândido e Inácia Felisberto.
João Cândido alistou-se na Marinha do Brasil em janeiro de 1895, aos 14 anos de idade, ingressando como grumete, em dezembro do mesmo ano.
Teve uma carreira extensa de viagens pelo Brasil e por vários países do mundo nos 15 anos que esteve na Marinha de Guerra. Muitas delas foram viagens de instrução. No começo, recebendo instrução e, depois, dando instrução para marinheiros mais novos e oficiais recém-chegados.
Tornou-se muito admirado pelos companheiros marinheiros e muito elogiado pelos oficiais, por seu bom comportamento, e pelas suas habilidades principalmente como timoneiro. Era o marinheiro mais experiente e de maior trânsito entre marinheiros e oficiais, o que o indicava para liderar uma revolta que se avizinhava: a Revolta da Chibata.
O uso da chibata como castigo corporal já havia sido abolido desde o início da República. Todavia, o castigo cruel continuava de fato a ser aplicado, a critério dos oficiais. Centenas de marujos, a grande maioria afrodescendente constituída por negro e mulatos, continuavam a ter seus corpos mutilados pela chibata, como no tempo da escravidão.
Entre os marinheiros insatisfeitos com os baixos soldos, com a má alimentação e, principalmente, com os degradantes castigos corporais, crescia o clima de tensão.
Após várias situações e incidentes, no dia 22 de novembro de 1910, João Candido deu início ao levante – assumindo o comando do encouraçado Minas Gerais e pleiteando o fim dos castigos na Marinha de Guerra brasileira. Foi chamado à época, pela imprensa, como “Almirante Negro”, alcunha pela qual até hoje é homenageado.
Na rebelião, por quatro dias, os quatro navios de guerra apontaram os seus canhões para a Capital Federal. No ultimato dirigido ao Presidente Hermes da Fonseca, os revoltosos declararam: “Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais suportar a escravidão na Marinha brasileira.” A rebelião terminou com o compromisso do governo federal em acabar com o emprego da chibata na Marinha e de conceder anistia aos revoltosos.
A história posterior demonstrou a traição e a perseguição que se seguiram contra os revoltosos, incluindo aí principalmente a João Cândido, e só reforçou a figura histórica de sua liderança. Banido da Marinha, João Cândido sofreu grandes privações. Faleceu em 6 de dezembro de 1969, no Rio de Janeiro.
Finalmente, sua memória vem sendo resgatada. Em 20 de novembro de 2008, sua estátua foi transferida dos jardins do Palácio do Catete para a Praça Quinze de Novembro, em grande evento que contou com a presença do Presidente da República , a família de João Cândido e milhares de manifestantes.
João Cândido pode ser considerado como um digno exemplo de herói nacional a ser sempre lembrado.
Diretoria do CEPRO
Fonte: Enciclopédia Wikipédia
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