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Alberto Nepomuceno nasceu em Fortaleza, em 6 de julho de 1864 e foi um compositor, pianista, organista e regente de renome.
Passados noventa anos de seu desaparecimento, ainda hoje é lembrado e homenageado como um dos grandes nomes do nosso mundo artístico. Considerado o “pai” do nacionalismo na música erudita brasileira, deixou inacabada a ópera O Garatuja, baseada na obra homônima de José de Alencar.
Nepomuceno teve uma juventude atribulada. Manteve amizade com alunos e professores da Faculdade de Direito de Recife, na época um grande centro cultural do país. Ali teve contato com grandes nomes, como Clóvis Bevilaqua e Tobias Barreto. Este último despertou o seu interesse pela língua alemã e pela filosofia.
Tornou-se um defensor atuante das causas republicanas e do movimento abolicionista no Nordeste. Ligou-se aos demais defensores deste movimento, passando a colaborar em diversos jornais ligados à causa abolicionista.
Em 1885, Nepomuceno mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se vivia um momento de grande efervescência social, política e cultural.
O grande interesse de Nepomuceno pela literatura brasileira e pela valorização da língua portuguesa, o aproximou de alguns dos mais importantes autores da época, como Coelho Neto, Machado de Assis e Olavo Bilac, daí surgindo parcerias para as suas composições.
No ano anterior à abolição da escravatura, compôs Dança dos Negros (1887), uma das primeiras composições que utilizou motivos étnicos brasileiros, em um meio bastante eurocêntrico. Esta obra, posteriormente, imortalizou-se como Batuque, da Série Brasileira.
Nepomuceno viajou pela Europa para conhecer e ser conhecido. Esteve na Itália, Alemanha, Áustria, Noruega, França e Suíça. Nestes países, teve contato com grandes nomes da música de concerto da época.
A importância de Alberto Nepomuceno na música brasileira teve seu marco no dia 4 de agosto de 1895, quando realizou um concerto histórico, apresentando pela primeira vez uma série de canções em português, o que lhe valeu uma verdadeira batalha de críticas e censuras. Conforme suas palavras: “Não tem pátria um povo que não canta em sua língua.”
De sua grande e variada obra, fica a difícil e quase impossível tarefa de destacar as mais importantes. Compôs música dramática, orquestral, camerística, instrumental, vocal e sacra.
Como na juventude, Nepomuceno teve na vida madura e profissional muitas atribulações. Foi nomeado diretor, em 1902, do Instituto Nacional de Música, substituindo a Leopoldo Miguez. Pediu exoneração no ano seguinte, devido a pressões políticas e administrativas. Em 1906, reassumiu o cargo de diretor, agora substituindo a Henrique Oswald.
Alberto Nepomuceno teve uma vida musical intensa e profícua, vindo a entrar no grupo seleto dos grandes compositores brasileiros, cujo legado artístico imenso não deixa dúvida quanto ao seu alto valor estético e histórico.
Seu último concerto no Teatro Municipal do Rio de Janeiro aconteceu em 1917. Muito doente e enfraquecido, faleceu aos 56 anos de idade, em 16 de outubro de 1920.
Diretoria do CEPRO
Fonte: Enciclopédia Wikipédia.
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