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Histórico

o carnaval recifense possui uma música e uma dança carnavalesca própria e original, nascida do povo. De origem urbana, surgiu nas ruas do Recife nos fins do século XIX e começo do século XX. O frevo nasceu das marchas, maxixes e dobrados; as bandas militares do século passado teriam dado sua contribuição na formação do frevo, bem como as quadrilhas de origem européia. Deduz-se que a música apoiou-se desde o início nas fanfarras constituídas por instrumentos de metal, pela velha tradição bandística do povo pernambucano.
Dentre as diversas manifestações culturais de pernambuco sem dúlvida o Frevo se destaca. Porque quando o Frevo toca não tem outra multidão toma conta das ruas do Recife. Até a década de 30, o Frevo sobreu profundas influências do dobrado e das marchas militares e, ainda, da modinha e do maxixe. tornando um gênero musical bem característico com o ingremento de figuras melódicas e rítmicas que ao longo do tempo trouxeram maestros como Nelson Ferreira, Capiba, e recentemente José Menezes, Duda e outros.
Vejamos os três tipos de frevo: frevo-de-rua, de caráter instrumental e andamento vivo, executado por orquestra de metais e palhetes; frevo-de-bloco, de andamento mais moderado, executado por orquestra denominada de pau-e-corda ou seja de instrumento de sopro-flauta e palhetas- mais cordas ( violões, bandolins, cavalos e banjos ), cujas letras são cantadas por um coral feminino e, finalmente, o frevo-canção, também de andamento vivo, com introdução e acompanhamento orquestral, tal como o frevo de rua,, tendo porém o apoio de uma letra, interpretada por cantor ou por cantora, aconpanhado de coro misto.
A sombrinha é um dos elementos coreográficos mais importantes da carnaval de pernambuco.Durante o carnaval as ruas do Recife e Olinda são invadidas por lindas sombrinhas coloridas e o verdadeiro passista, aquele que realmente “cai no passo”, sempre a carregará consigo. Mas o que é a sombrinha? O que ela significa? Algumas hipóteses foram aventadas para esplicar a sua origem.
Uma delas está relacionadas a fenômenos climaticos naturais, chuva e sol.
Outra hipótese sustenta que a sombrinha seria o translado para o frevo do guarda chuva do Bumba-Meu-Boi ou do pálio do Maracatú.
Relata-se também que a sombrinha era ultilizada como porta alimentos, já que foram vistos guardas-chuvas com comida presa em suas haste central.
Uma outra hipótese, a mais atraente, admite ser a sombrinha uma contrafaçã. para sua explicação e defesa temos que nos tansportar ao século passado e até mais profundamente, nos primórdios da escravidão no Brasil. Em meados do século XIX, em pernambuca sorgirão as primeiras bandas de múcicas maciais, execultando dobrados, machas e polcas. Essas bandas desfilavão pelo centro de Recife e duas delas, a Quarto Batalhão de Artilharia, conhecida como regente um espanhol, parece ter sido as dias primeiras bandas de destaque da cidade. Estes agrupamentos musicais militares eram acompanhados por grupos de capoeristas que dançavam e lutavam, os quais se tornaram fiéis as bandas que acompanhavam, além de rivais entre si. Afora a rivalidade entre os grupos, havia também a luta contra o daminador português, muitas vezes atingidos pelos golpes dos capoeristas, acompanhados de suas armas como a faca o punhal ou um pedaço de madeira. Pela desordem que provocaram, os capoeristas foram proibidos de desfelar.
Por essa mesma época, surgiram os primeiros clubes de carnaval de Pernambuco, entre eles o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas (1889) e o C.C.M. Lenhadores (1897), formados por trabalhadores, cada um possuindo a sua banda de música. Ora, os capoeristas necessitavam de um disface para acompanha as bandas, agora dos clubes, já que eram persiguidos pela polícia. Assim, modificaram seus golpes acompanhando a música, originando tempos depois o “passo” (a dança do Frevo) e trocando suas antigas armas pelos símbolos dos clubes que, no caso dos Vassourinhas e Lenhadores, eram constituídos por pedaços de madeira encimados por uma pequena vassoura ou um pequeno machado, usados como enfeites. A madeira era usada como arma. A música também sofreu transformações e, lentamente, provavelmente para acompanhar os passos ou golpes dissimulados dos capoeristas, deu origem ao mais extasiante ritmo do carnaval pernambucano, denominado frevo pelo povo, por corruptela do verbo ferver. A sombrinha teria sido utilizada como arma pelos capoeiristas, à semelhaça dos símbolos dos clubes e de outros objetos como a bengala. De início, era o guarda-chuvas comum, geralmente vellho e esfarrapado, hoje estilizado, pequeno para facilitar a dança, e colorido para embelezar a coreografia. Atualmente a sombrinha é o ornamento que mais caracteriza o passista e é um dos principais símbolos do carnaval de Pernambuco e do Brasil.
A palavra é: FREVO!
A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, dando origem a palavra frevo, que passou a designar: “Efervecência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas como pelo Carnaval”, de acordo com o Vocabulário Pernambucano de Pereira da Costa. Divulgando o que a boca anônima do povo já espalhava, o Jornal Pequeno, vespertino do Recife, que mantinha a melhor secção carnavalesca da época, na edição de 12 de fevereiro de 1908, faz a primeira referência a palavra frevo.
O Frevo música
Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensaram em dar ao povo mais animação nos folguedos de carnaval, e a gente de pé no chão, queria música barulhenta e animada, que desse espaço para extravasar alegria dentro daquele improviso. No decorrer do tempo a música ganha características próprias acompanhada por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos. Nas suas origens o frevo sofreu várias influências ao longo do tempo, produzindo assim variedades. A década de trinta serve de base para a divisão do frevo em: Frevo-de-Rua, Frevo-Canção, Frevo-de-Bloco.
FREVO-DE-RUA
É o mais comumente identificado como simplesmente frevo, cujas características não se assemelham com nenhuma outra música brasileira, nem de outro país. O frevo-de-rua se diferencia dos outros tipos de frevo pela ausência completa de letra, pois é feito unicamente para ser dançado. Na música é possível distinguir-se três classes: o frevo-abafo ou de encontro, no qual predominam os instrumentos metálicos, principalmente pistões e trombones; o frevo-coqueiro, com notas agudas distanciando-se no pentagrama e o frevo-ventania, constituído pela introdução de semicolcheias. O frevo acaba, temporariamente, em um acorde longo e perfeito. Frevos-de-rua famosos Vassourinhas de Matias da Rocha, Último dia de Levino Ferreira, Trinca do 21 de Mexicano, Menino Bom de Eucário Barbosa, Corisco de Lorival Oliveira, Porta-bandeira de Guedes Peixoto, entre outros.
FREVO-CANÇÃO
Nos fins do século passado surgiram melodias bonitas, tais como A Marcha n° 1 do Vassourinhas, atualmente convertido no Hino do carnaval recifense, presente tanto nos bailes sociais como nas ruas, capaz de animar qualquer reunião e enlouquecer o passista. O frevo-canção ou marcha-canção tem vários aspectos semelhantes à marchinha carioca, um deles é que ambas possuem uma parte introdutória e outra cantada, começando ou acabando com estrebilhos. Frevos-canção famosos: Borboleta não é ave de Nelson Ferreira, Na mulher não se bate nem com uma flor de Capiba, Hino de Pitombeira de Alex Caldas, Hino de Elefante de Clídio Nigro, Vestibular de Gildo Moreno, entre outros.
FREVO-DE-BLOCO
Deve ter se originado de serenatas preparadas por agrupamentos de rapazes animados, que participavam simultaneamente, dos carnavais de rua da época, possivelmente, no início do presente século. Sua orquestra é composta de Pau e Corda: violões, banjos, cavaquinhos, etc. Nas últimas três décadas observou-se a introdução de clarinete, seguida da parte coral integrada por mulheres. Frevos-de-bloco famosos: Valores do Passado de Edgar Moraes, Marcha da Folia de Raul Moraes, Relembrando o Passado de João Santiago, Saudade dos Irmãos Valença, Evocação n° 1 de Nelson Ferreira, entre outros.
O Frevo dança
Vários elementos complementares básicos compõe toda dança, em especial no frevo os instrumentos musicais serviam como arma quando se chocavam agremiações rivais. A origem dos passistas são os capoeiras que vinham à frente das bandas, exibindo-se e praticando a capoeira no intuito de intimidar os grupos inimigos. Os golpes da luta viraram passos de dança, embalados inicialmente, pelas marchas e evoluindo junto com a música do frevo.
A SOMBRINHA
Outro elemento complementar da dança, o passista à conduz como símbolo do frevo e como auxílio em suas acrobacias. A sombrinha em sua origem não passava de um guarda-chuva conduzido pelos capoeiristas pela necessidade de ter na mão como arma para ataque e defesa, já que a prática da capoeira estava proibida.
Este argumento baseia-se no fato de que os primeiros frevistas, não conduziam guarda-chuvas em bom estado, valendo-se apenas da solidez da armação. Com o decorrer do tempo, esses guarda-chuvas, grandes, negros, velhos e rasgados se vêm transformados, acompanhando a evolução da dança, para converter-se, atualmente, em uma sombrinha pequena de 50 ou 60 centímetros de diâmetro.
O VESTUÁRIO
Também como elemento imprescindível em algumas danças folclóricas, o vestuário que se precisa para dançar o frevo, não exige roupa típica ou única. Geralmente a vestimenta é de uso cotidiano, sendo a camisa mais curta que o comum e justa ou amarrada à altura da cintura, a calça também de algodão fino, colada ao corpo, variando seu tamanho entre abaixo do joelho e acima do tornozelo, toda a roupa com predominância de cores fortes e estampada. A vestimenta feminina se diferencia pelo uso de um short sumário, com adornos que dele pendem ou mini-saias, que dão maior destaque no momento de dançar.
Passos do frevo
A dança do frevista é geralmente caracterizada pela sua individualidade na exibição dos passos. Os passos nasceram da improvisação individual dos dançarinos, com o correr dos anos, dessa improvisação se adotaram certos tipos ou arquétipos de passos. Existem atualmente um número incontável de passos ou evoluções com suas respectivas variantes. Os passos básicos elementares podem ser considerados os seguintes: dobradiça, tesoura, locomotiva, ferrolho, parafuso, pontilhado, ponta de pé e calcanhar, saci-pererê, abanando, caindo-nas-molas e pernada, este último claramente identificável na capoeira. A seguir descrições dos cinco primeiros citados:
DOBRADIÇA
Flexiona-se as pernas, com os joelhos para frente e o apoio do corpo nas pontas dos pés. Corpo curvado para frente realizando as mudanças dos movimentos: o corpo apoiado nos calcanhares, que devem está bem aproximados um do outro, pernas distendidas, o corpo jogado para frente e para trás, com a sombrinha na mão direita, subindo e descendo para ajudar no equilíbrio. Não há deslocamentos laterais. Os pés pisam no mesmo local com os calcanhares e pontas.
TESOURA
A – Passo cruzado com pequenos deslocamentos à direita e à esquerda. Pequeno pulo, pernas semiflexionadas, sombrinha na mão direita, braços flexionados para os lados.
B – O dançarino cruza a perna direita por trás da esquerda em meia ponta, perna direita `a frente, ambas semiflexionadas. Um pulo desfaz o flexionamento das pernas e, em seguida, a perna direita vai apoiada pelo calcanhar; enquanto a esquerda, semiflexionada, apoia-se em meia ponta do pé, deslocando o corpo para esquerda. Refaz-se todo o movimento, indo a perna esquerda por trás da direita para desfazer o cruzamento. Neste movimento, o deslocamento para a direita é feito com o corpo um pouco inclinado.
LOCOMOTIVA
Inicia-se com o corpo agachado e os braços abertos para frente, em quase circunferência e a sombrinha na mão direita. Dão-se pequenos pulos para encolher e estirar cada uma das pernas, alternadamente.
FERROLHO
Como a sapatear no gelo, as pernas movimentando-se primeiro em diagonal (um passo) seguido de flexão das duas pernas em meia ponta, com o joelho direito virado para a esquerda e vice-versa. Repetem-se os movimentos, vira-se o corpo em sentido contrário ao pé de apoio, acentuando o tempo e a marcha da música. Alternam-se os pés, movimentando-se para frente e para trás, em meia ponta e calcanhar; o passista descreve uma circunferência.
PARAFUSO
Total flexão das pernas. O corpo fica, inicialmente, apoiado em um só pé virado, ou seja, a parte de cima do pé fica no chão, enquanto o outro pé vira-se, permitindo o apoio de lado (o passista arria o corpo devagar).
Fonte: br.oocities.com
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