Representantes de organizações da sociedade civil, oriundos de diversos países membros do G20, estiveram reunidos nos dias 27 e 28 de janeiro, em Paris, para articular suas ações em torno de questões ligadas ao G8 e ao G20. As organizações presentes, na sua imensa maioria, vieram de países do dito Norte, enquanto os países “do Sul” ainda estiveram pouco representados. Nesse sentido, a ABONG se fez presente, com o objetivo de se apropriar de diversas questões discutidas por esses dois grupos de governos nacionais, assim como de contribuir para a mobilização no Brasil de associadas e parceiros em relação a essas temáticas.
O surgimento do G20, processo em que o governo brasileiro teve um papel determinante, constituiu um passo importante para se contrapor à hegemonia dos países do Norte no debate sobre o futuro do mundo capitalista. No entanto, ainda se questiona a legitimidade do G20 para falar em nome dos 192 países do planeta. Uma das principais críticas diz respeito aos resultados do G20, que mais produziu discursos do que tomou decisões.
O governo francês está na presidência dos dois grupos este ano e divulgou há pouco suas prioridades para a agenda do G8 e do G20. Para o G8, os temas principais são a paz e a segurança, a parceria com a África, os desafios da Internet e o crescimento “verde”. Para o G20, serão priorizados seis campos de atuação: a coordenação das políticas econômicas e a redução dos desequilíbrios macroeconômicos mundiais; o fortalecimento da regulação financeira; o fortalecimento do sistema monetário internacional; a luta contra volatilidade do preço das matérias primas; a melhoria da governança mundial; e as ações para o desenvolvimento.
Não existe um posicionamento consensual e coletivo de organizações da sociedade civil no mundo a respeito do G20, mas vários debates, hoje parte da agenda desses governos, foram influenciados por seus diversos posicionamentos. Uma das questões mais importantes para 2011 consiste na perspectiva de taxação sobre as transações financeiras. Ao contrário do posicionamento dos Estados Unidos, que assumirá a próxima presidência, o presidente francês Nicolas Sarkozi já expressou estar de acordo com essa possibilidade de taxação e espera implementá-la este ano através do G20. Nesse sentido, a pressão da sociedade civil é fundamental.
Várias questões foram abordadas pelas organizações presentes no seminário em Paris, levando muitas vezes à criação ou recondução de grupos de trabalho, sobre assuntos relacionados à regulação financeira, ao desenvolvimento, ao trabalho decente e aos direitos dos trabalhadores, à volatilidade dos preços dos mercados agrícolas, à política de segurança e imigração, e à governança.
Ao menos duas mobilizações nesse âmbito estão previstas para 2011, ambas na França, para as quais se faz um chamado aos movimentos, redes e organizações sociais. Uma na Cúpula do G8, que será realizada em Deauville, nos dias 21 e 22 de maio, e a outra durante a Cúpula do G20, de 31 de outubro a 5 de novembro, em Cannes.
Damien Hazard, integrante da direção executiva colegiada da ABONG, defende que há a necessidade de um maior envolvimento nesses debates por parte da sociedade civil no Brasil. De um lado porque a agenda do G20 e do G8 em muitos aspectos coincide com questões há muito tempo trabalhadas pelas organizações da sociedade civil brasileira, como a do modelo de desenvolvimento. “Mas também porque o governo federal anda tomando decisões e defendendo posicionamentos muito distantes dos interesses da população mundial ou de um modelo mais justo de desenvolvimento, como no caso dos preços dos mercados agrícolas, em que a política brasileira pode ser interpretada como a de um novo ator do capitalismo, mais preocupado pelo aumento dos seus lucros do que com o equilíbrio alimentar no mundo”, completa.
Para mais informações: www.altermob.org ou g8g20@altermob.org. Ou entre
em contato com Damien Hazard, que representou a Abong nesse evento (damien@vidabrasil.org.br).
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