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        Desmatamento na Amazônia Legal cresce 27%, aponta Inpe

Entre agosto de 2010 e abril de 2011, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou através de seu aparelho de monitoramento por satélite Deter, um aumento de 27% de desmatamento nos nove estados incluídos na Amazônia Legal.
ImazonSituação de Mato Grosso é preocupante.
Comparado ao mesmo período em 2010, a área teve um acréscimo em torno de 400 km2, passando de 1.455 km2 para 1.848 km2.
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, os dados do Instituto são preocupantes, mas não se referem a discussão sobre o Código Florestal. Segundo a ministra, o governo já criou um gabinete de crise para debater o tema e espera respostas dos governos estaduais sobre os motivos para este aumento nos desmates.
Mato Grosso: maior índice de desmate
Dentre os nove estados pertencentes a chamada Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão), Mato Grosso foi o que mais avançou nos cortes.
Com uma elevação de 47% do desmatamento no estado, Mato Grosso vêm aumentando ” anormalmente”, segundo Izabella, os níveis de desmate: apenas entre março e abril de 2011, o salto de 444% nos números, de 75 km2 para 408 km2, foi o maior desde 2008.
“Isso é inaceitável”, concluiu Izabella ao notar na pesquisa que algumas derrubadas são feitas em propriedades com licenciamento ambiental.
Segundo o Ibama, o registro do Deter impulsionou o trabalho do órgão na Amazônia, elevando de 25 para 58 as operações na região, chegando a embargar 37 mil hectares de mata.
Imazon e SAD
Um outro boletim sobre o desmatamento na Amazônia foi emitido pelo Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente). Apesar de utilizar o SAD (Sistema de Alerta do Desmatamento) e não o Deter do Inpe, os números da ONG revelam também um aumento na degradação das florestas.
A degradação na Amazônia Legal aumentou 35% em comparação a março do ano passado. O crescimento de cerca de 80 km2 de março deste ano para março do ano passado, eram 220 km2 e hoje são 299km2, apontam que a degradação das florestas, quando a mata é cortada apenas parcialmente ou sofreu queimadas, acompanha os números do desmatamento total registrados pelo órgão federal.
Mato Grosso foi considerado também nesta pesquisa o estado mais responsável pela degradação (73%), seguido de Rondônia (23%). De acordo com os dados do SAD sobre o estado no mês de abril de 2011, foram 243 km2 de desmate total, chegando a 537% de aumento na comparação com o mesmo mês em 2010.
Para o diretor de desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, em entrevista ao O Estado de S.Paulo, há uma mudança de perfil de como os desmates são realizados na Amazônia brasileira. Segundo ele, há cinco anos atrás, o desmatamento ocorria em polígonos de 20 a 80 hectares. Hoje, áreas desmatadas com mais de mil hectares já são registradas pelos satélites.
Culpa do Código Florestal?
Para o Imazon, o aumento do desmate em Mato Grosso “pode estar associado” à aprovação do novo Código Florestal. Assim como o Ibama e a própria ministra do Meio Ambiente, que também estão em dúvida de que o crescimento do desmate tem ou não relação com a possibilidade de aprovação do código.
A ministra Izabella, embora tenha declarado que a elevação dos números não tinha sido motivada pelas reformas no Código, já argumentou que não tem mais elementos para chegar à mesma conclusão.
A reforma no Código Florestal prevê a existência de mais Áreas de Preservação Permanente (APPs) na Reserva Legal, ou seja, mais áreas serão consideradas intactas para qualquer espécie de degradação para atividades econômicas.
Outra autoridade que se manifestou quanto à publicação dos estudos foi a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Ela acusou o Imazon de divulgar números inverídicos do desmatamento.
Para a senadora, que falou na tribuna do Senado e está de saída do DEM para o PSD ( de liderança de Gilberto Kassab), o Imazon está causando “terrorismo à população brasileira” com essa publicação. As informações são da Agência Senado.
* Publicado originalmente no site EcoD.
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