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da Agência Brasil

Pela primeira vez, 250 empreendedores da economia solidária de quatro favelas cariocas (complexos do Alemão e de Manguinhos, Cidade de Deus e Santa Marta) estarão expondo amanhã (11) e depois, na Cinelandia, no centro do Rio, produtos artesanais confeccionados a partir de materiais recicláveis.
A feira faz parte do projeto Rio Ecosol, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário (Sedes). Guilherme Hadasha, do Complexo de Manguinhos, é um dos expositores. Além de mostrar ao público os instrumentos musicais que faz, aproveitando tubulações de água e esgoto de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade, ele também vai se apresentar com outros músicos durante a feira, no palco montado para os eventos culturais.
“Eu estou levando todo esse material para o palco, para a gente apresentar no Rio de Janeiro”, disse Hadasha. A ideia, explicou, é partir para a gravação de um CD. “A gente está em processo de criação de arranjos, de novas modulações. É tudo muito novo e está acontecendo muito rápido. A gente já pensa até em um CD. O negócio está, como diz a gíria popular aqui, bombando”.
A formação dos artesãos para a valorização dos trabalhos é, na avaliação de Alexandra Santos, coordenadora do grupo Costurando Ideais, da comunidade Santa Marta, o principal ganho obtido com o projeto Rio Ecosol. O grupo informal comunitário de costureiras e bordadeiras levará à feira trabalhos com retalhos que as confecções jogam no lixo. Elas mostrarão também bolsas confeccionadas com caixas de leite e bordados em camisetas feitos com pedaços de malhas.
“A economia solidária ajudou o grupo a dar importância aos materiais recicláveis, a aprender a se valorizar”, disse Alexandra à Agência Brasil. Os trabalhos do grupo Costurando Ideais poderão ser vistos no desfile programado para sexta-feira (11), às 18h, no palco da Cinelândia. O evento reunirá também produtores dos fóruns de Economia Solidária do município do Rio e do estado, parceiros do projeto Rio Ecosol.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário, Marcelo Henrique da Costa, o ponto mais importante do Rio Ecosol é que ele permite congregar uma série de ações que estão separadas. Além de realizar o levantamento socioprodutivo do território, o projeto favorece a formação continuada dos artesãos e a possibilidade de escoamento da produção, por meio da comercialização dos produtos.
“A feira tem dois objetivos: vender, porque nós estamos falando de empreendimentos que precisam sobreviver, mas é também o processo de aprendizagem, de troca, que um festival como esse produz. Porque o que nós não queríamos fazer era uma política de gueto”.
O Rio Ecosol vai continuar trabalhando nas quatro comunidades até outubro próximo. Como o projeto é realizado em parceria com o governo federal, o secretário explicou que o prefeito Eduardo Paes irá negociar com os ministérios envolvidos sua ampliação para outros territórios.
A ideia, disse, é construir eventos que possam se sustentar depois, criando alternativas de renda e emprego para os empreendedores.
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