“…pois o tal‘desenvolvimento’ atingido ainda aparta 80% da humanidade das condições mínimas de
vida na Cultura da Paz, com justiça ambiental e social”Carta aberta de educadores e educadoras por um mundo justo e feliz
2ª Jornada Internacional de Educação ambiental
Rio+20 na transição para Sociedades sustentáveis).
vida na Cultura da Paz, com justiça ambiental e social”Carta aberta de educadores e educadoras por um mundo justo e feliz
2ª Jornada Internacional de Educação ambiental
Rio+20 na transição para Sociedades sustentáveis).
“Desenvolvimento não é só crescimento econômico. É também social, ambiental, cultural”
(Márcio Pochmann, abertura da 2ª Conferência do Desenvolvimento, novembro de 2011).
“A educação é estratégica para as próximas gerações, em especial quando novos atores entram em
cena no Brasil” (Márcio Pochmann, Ciclo de debates do Fórum Direitos e Cidadania, julho de 2011).
(Márcio Pochmann, abertura da 2ª Conferência do Desenvolvimento, novembro de 2011).
“A educação é estratégica para as próximas gerações, em especial quando novos atores entram em
cena no Brasil” (Márcio Pochmann, Ciclo de debates do Fórum Direitos e Cidadania, julho de 2011).
“A educação está hoje permeada pela idéia de ascensão social. Só a cultura pode quebrar essa idéia”.
(Marilena Chauí, Ciclo de Debates do Fórum Direitos e Cidadania, setembro de 2011).
(Marilena Chauí, Ciclo de Debates do Fórum Direitos e Cidadania, setembro de 2011).
A partir das frases/citações acima, abri minha participação na Mesa de encerramento da 2ª Conferência do Desenvolvimento, promovida pelo IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas -, com o título Educação, Cultura e Desenvolvimento, coordenada por Juana Nunes Pereira, Diretora de Projetos do Ministério da Cultura (MINC), promotor da Mesa, com participação do presidente do IPEA, Márcio Pochmann, da Secretária Nacional da Juventude, Severine de Macedo, pelo professor José Jorge da UNB e por Leandro da Costa Fialho, Coordenador Geral de Ações Educacionais Complementares do Ministério da Educação.
O Brasil está à beira de se tornar a 5ª economia do mundo, em meio à crise econômica dos países ricos ditos desenvolvidos, da ascensão dos BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China. Ineditamente, a instabilidade à direita sacode a Europa e a estabilidade à esquerda acontece na América do Sul. A Mesa promovida pelo Ministério da Cultura não poderia ser mais oportuna.
A crise do projeto neoliberal de desenvolvimento neoliberal traz sofrimento para os pobres e trabalhadores, mas também coloca em xeque o modelo econômico implantado a partir da queda do Muro de Berlim e do socialismo real. O mercado não salvou os povos nem levou ao fim da história.
Ao contrário, destruiu sociedades, levou ao desemprego, trouxe concentração de renda brutal, fez do mercado financeiro o centro da economia, implantou valores como o individualismo cego e sem fronteiras, o lucro como última fronteira do sentido de viver. Para que solidariedade, partilha, fazer coletivo, justiça social? Para que simplicidade, respeito à natureza, vida comunitária, Bem-viver?
Este mundo e seus valores estão ruindo. Mas o que colocar no lugar? Que tipo de economia? Quais relações sociais? Qual o papel da educação e da cultura num novo projeto de desenvolvimento? Qual a nova utopia, qual o horizonte, como tão bem diz Eduardo Galeano, a guiar e orientar corações e mentes?
As respostas estão surgindo aqui e ali. Certamente não estão na rotina de fazer o mesmo ou na educação tradicional. Como disse Leandro da Costa Fialho, do MEC, podem estar na integração entre a educação formal e a educação popular, por exemplo. “A educação popular, antes de se tornar lei, é uma prática social presente nos diversos movimentos da sociedade. Antes de se tornar direito adquirido, a educação popular é uma prática social e cultural. O papel da educação popular na transformação significa a criação de uma nova ordem. Ela não é, portanto, um assunto exclusivamente político e econômico. Implica também uma dimensão ética e cultural. A educação popular reconhece a vida cotidiana e a experiência como espaços de espaços de construção da nova hegemonia ou nova maioria. A educação popular valoriza a cultura popular como fonte de identidade e força de um projeto nacional popular” (Texto para debate “Educação popular como política pública”, da Rede de Educação Cidadã – RECID – www.recid.org.br).
Segundo Álvaro Garcia Linera, vice-presidente da Bolívia e considerado por muitos o mais importante latino-americano contemporâneo, “a reivindicação da educação como direito coletivo é fundamental. É um fato universal. Não é sindical ou reivindicatório. Os jovens chilenos que lutam pela educação, que o fazem também na Europa, estão lutando por um novo universo, por um novo entendimento do que é patrimônio de todos para serem humanos, para serem cidadãos, independentemente do território ou da condição econômica” (‘Não haverá nunca mais uma Bolívia sem índios’ – www.cartamaior.com.br).
A resposta pode estar na promoção de “valores e aspirações da sociedade em um olhar sistêmico que traga ao centro dos debates as dimensões humana, espiritual e cultural como base para a mudança de comportamento”, como diz o documento “Um Acordo para o Desenvolvimento Sustentável e a Conferência Rio+20”, recém lançado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e Entidades Signatárias, “Contribuições para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20” (www.cdes.gov.br).
Diz mais o documento: “A educação é eixo prioritário e estruturante do desenvolvimento, vetor para libertar os potenciais de criatividade, inovação e de produção e, especialmente, elemento viabilizador da construção cultural para um novo padrão de convivência com o meio ambiente.” E propõe: “Incentivar a mobilização das redes sociais para o processo de mudança de cultura e de valores na transição para o novo padrão de produção e consumo e a economia verde inclusiva. Promover a participação da sociedade civil na governança do desenvolvimento, por meio do fortalecimento das organizações da sociedade, redes sociais e associações de diversos tipos; e da implantação e fortalecimento de mecanismos participativos e de escuta, como conselhos, audiências públicas, mesas de diálogo, ouvidorias, entre outros, em todas as esferas nacionais e multilaterais.”
Ou, talvez, como propõe a Carta aberta de educadores e educadoras por um mundo justo e feliz: “Precisamos aprender e exercitar outras formas de fazer políticas públicas a partir das comunidades, e exigir políticas estatais comprometidas com a qualidade de vida dos povos. Para tanto, faz-se urgente fortalecer os processos educadores comprometidos com a emancipação humana e a participação política na construção de sociedades sustentáveis, onde cada comunidade humana sinta-se comprometida, incluída e ativa no compartilhamento da abundância das riquezas e da Vida no nosso Planeta: Aprendizagem transformadora, Alfabetização ecológica, Educação popular ambiental, Eco-pedagogia, Educação Gaia, Educ-Ação sócio-ambiental. Mais que nunca apelamos por uma educação capaz de despertar admiração e respeito pela complexidade da sustentação da vida, tendo como utopia a construção de sociedades sustentáveis por meio da ética do cuidar, e de proteger a bio e a sociodiversidade”(www.tratadoeducacaoambiental.net).
O caminho está aberto. Mãos à obra.
Selvino Heck
Assessor especial da Secretaria Geral da Presidência da República.
Fonte: www.adital.com.br
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