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Agência Brasil

A melhoria do transporte público urbano, com prioridade para veículos não poluentes, como metrôs e veículos leves sobre trilhos (VLT), além de políticas de desestímulo ao uso de automóveis foram alguns dos pontos abordados nas discussões sobre mobilidade urbana, em audiência pública nesta segunda-feira (9), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. 
Depois de reclamar da falta de planejamento para a área de transportes no país, o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha, destacou que “só agora, depois de 30 anos, o governo federal começa a investir em transportes, que estão cada vez mais caóticos”. Como exemplo, ele citou Brasília, que “tinha tudo para ser a vitrine do Brasil”, mas que já vive problemas crônicos no trânsito e não tem mais espaços na área central para estacionamento. Ele criticou ainda o fato de o governo ter deixado o setor de transportes fora do programa de incentivos à indústria. “Isso foi uma aberração”, disse ele.
Para Antônio Carlos Penna, do blog Ambiente e Transporte, os automóveis estão ocupando mais espaço nas cidades que as próprias pessoas. Um veículo ocupa cerca de 8 metros quadrados (m²), lembrou. Ele defendeu o uso de vans e microônibus no transporte auxiliar de pequenas distâncias. Segundo Penna, o verdadeiro progresso não é ter mais carros no país, mas o cidadão levar menos tempo para se deslocar cotidianamente.
A professora Maria Rosa Abreu, da Universidade de Brasília (UnB), disse que os governos devem procurar soluções na área do transporte que dêem alternativas mais saudáveis à população. Ela citou como exemplo ônibus elétricos, metrôs e políticas de incentivo ao uso da bicicleta. “É preciso ver a questão da saúde e da qualidade de vida”.
O presidente da organização não governamental Rodas da Paz, Uirá Felipe Lourenço, levantou o problema da violência no trânsito. Ele disse que está ocorrendo “verdadeiro massacre” de ciclistas e motociclistas nas grandes cidades. E defendeu uma mudança de cultura em relação ao uso da bicicleta, que ainda tem o estigma “de ser transporte para pobre”.
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