Após 16 anos do Massacre de Eldorado do Carajás, ação da Polícia
Militar no Pará que resultou na morte de 21 integrantes de movimentos
sem terra, o coronel Mario Colares Pantoja e o major aposentado José
Maria Pereira de Oliveira, líderes da operação, finalmente vão cumprir
suas penas atrás das grades. Depois de inúmeros recursos apresentados a
diversas instâncias da Justiça, eles tiveram a prisão decretada pelo
Tribunal de Justiça do Pará na segunda-feira 7.
Militar no Pará que resultou na morte de 21 integrantes de movimentos
sem terra, o coronel Mario Colares Pantoja e o major aposentado José
Maria Pereira de Oliveira, líderes da operação, finalmente vão cumprir
suas penas atrás das grades. Depois de inúmeros recursos apresentados a
diversas instâncias da Justiça, eles tiveram a prisão decretada pelo
Tribunal de Justiça do Pará na segunda-feira 7.
Em 2002, eles
foram condenados a 228 anos e 158 anos anos de prisão em regime fechado,
respectivamente. Desde o final de 2005 a dupla respondia ao processo em
liberdade. Uma situação que, segundo o jornalista Eric Nepomuceno,
autor do livro O Massacre, evidencia um “sistema judiciário brasileiro
absolutamente viciado, estruturado para que a impunidade dos poderosos
seja assegurada”. “Trata-se de uma decisão escandalosamente tardia”, diz
em entrevista a CartaCapital.
foram condenados a 228 anos e 158 anos anos de prisão em regime fechado,
respectivamente. Desde o final de 2005 a dupla respondia ao processo em
liberdade. Uma situação que, segundo o jornalista Eric Nepomuceno,
autor do livro O Massacre, evidencia um “sistema judiciário brasileiro
absolutamente viciado, estruturado para que a impunidade dos poderosos
seja assegurada”. “Trata-se de uma decisão escandalosamente tardia”, diz
em entrevista a CartaCapital.
“A Polícia Militar do Pará,
especialmente a guarnição de Parauapebas, que executou a sangue frio 19
pessoas (duas outras morreram depois, em consequência dos ferimentos),
sabia o que fazia. E quem ordenou o ataque – o governador Almir Gabriel,
seu secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, e o
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Fabiano Lopes, – contavam
com a certeza dessa impunidade. Tanto assim que nem sequer foram
indiciados”, completa.
especialmente a guarnição de Parauapebas, que executou a sangue frio 19
pessoas (duas outras morreram depois, em consequência dos ferimentos),
sabia o que fazia. E quem ordenou o ataque – o governador Almir Gabriel,
seu secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, e o
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Fabiano Lopes, – contavam
com a certeza dessa impunidade. Tanto assim que nem sequer foram
indiciados”, completa.
O escritor afirma que não houve interesse
em investigar a Vale do Rio Doce, à época uma empresa estatal, que,
segundo ele, pagou o aluguel dos ônibus de transporte das tropas ao
local. “Nem [averiguar] por que os mortos foram escolhidos a dedo entre
os manifestantes. A lentidão da justiça (sic) só confirma o esquema de
impunidade”.
em investigar a Vale do Rio Doce, à época uma empresa estatal, que,
segundo ele, pagou o aluguel dos ônibus de transporte das tropas ao
local. “Nem [averiguar] por que os mortos foram escolhidos a dedo entre
os manifestantes. A lentidão da justiça (sic) só confirma o esquema de
impunidade”.
Após inúmeros recursos dos réus, o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes pediu em março que a
documentação do processo retornasse ao Tribunal de Justiça do Pará.
Segundo Mendes, a defesa dos acusados estava tentando protelar a
sentença. Com isso, o juiz Edmar Pereira, da primeira vara do Tribunal
do Júri, expediu o mandado para que os condenados cumprissem as
sentenças.
Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes pediu em março que a
documentação do processo retornasse ao Tribunal de Justiça do Pará.
Segundo Mendes, a defesa dos acusados estava tentando protelar a
sentença. Com isso, o juiz Edmar Pereira, da primeira vara do Tribunal
do Júri, expediu o mandado para que os condenados cumprissem as
sentenças.
Uma vitória simbólica para as famílias das vítimas e os
movimentos de trabalhadores sem terra do Brasil, diz Nepomuceno. “O que
importa é saber que o esquema de violência impune continua vigorando.
No Pará, como em muitas outras partes do mapa brasileiro, sobrevive a
noção de que os poderosos podem tudo, inclusive utilizar uma força
pública de segurança como matarifes em defesa de interesses privados”.
movimentos de trabalhadores sem terra do Brasil, diz Nepomuceno. “O que
importa é saber que o esquema de violência impune continua vigorando.
No Pará, como em muitas outras partes do mapa brasileiro, sobrevive a
noção de que os poderosos podem tudo, inclusive utilizar uma força
pública de segurança como matarifes em defesa de interesses privados”.
Neste
cenário, o jornalista diz não se surpreender com a pistolagem ainda
reinante no Pará – representada recentemente pelo assassinato do casal
de extrativistas Zé Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo em uma
emboscada no assentamento Praia Alta Piranheira, em Nova Ipixuna.
cenário, o jornalista diz não se surpreender com a pistolagem ainda
reinante no Pará – representada recentemente pelo assassinato do casal
de extrativistas Zé Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo em uma
emboscada no assentamento Praia Alta Piranheira, em Nova Ipixuna.
O
sentimento é apoiado nos dados do relatório da Comissão Pastoral da
Terra, entidade ligada à Igreja Católica, divulgado na segunda-feira 7,
segundo o qual 29 pessoas foram mortas em conflitos no campo no Brasil
em 2011. O maior número vem do Pará, com 12 vítimas.
sentimento é apoiado nos dados do relatório da Comissão Pastoral da
Terra, entidade ligada à Igreja Católica, divulgado na segunda-feira 7,
segundo o qual 29 pessoas foram mortas em conflitos no campo no Brasil
em 2011. O maior número vem do Pará, com 12 vítimas.
“Reveja o
processo do caso do Massacre de Eldorado do Carajás: é uma lição clara
de como funcionam as coisas. Essa prisão, nesse contexto, é apenas uma
prisão. Exemplar, é verdade. Mas pela demora já está tudo dito”, conclui
Nepomuceno.
processo do caso do Massacre de Eldorado do Carajás: é uma lição clara
de como funcionam as coisas. Essa prisão, nesse contexto, é apenas uma
prisão. Exemplar, é verdade. Mas pela demora já está tudo dito”, conclui
Nepomuceno.
Fonte: Carta Capital.
CEPRO – Um Projeto de
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Alameda Casimiro de Abreu , n° 292 – Bairro Nova Esperança –
centro
Rio das Ostras
Tel.: (22) 2760-6238 e Cel.:(22)9966-9436
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