Chama-se atenção sobre a necessidade de tratarmos deste
assunto numa perspectiva do redirecionamento do papel do Estado e das vias das
políticas públicas. A visão de políticas públicas voltadas para a cidadania e
justiça social deve incorporar a perspectiva de gênero para a superação das
assimetrias existentes.
assunto numa perspectiva do redirecionamento do papel do Estado e das vias das
políticas públicas. A visão de políticas públicas voltadas para a cidadania e
justiça social deve incorporar a perspectiva de gênero para a superação das
assimetrias existentes.
A discriminação por gênero encontra-se presente em praticamente todas as
sociedades, independentemente dos traços culturais e religiosos, e dos sistemas
políticos e econômicos. As mulheres são discriminadas no mercado de trabalho,
apesar de igualmente qualificadas, recebem pagamento inferior no desempenho da
mesma função e/ou recebem salários menores porque têm acesso apenas às
ocupações pior remuneradas.
Neste sentido, é preciso garantir a instalação de equipamentos sociais, como
casa de saúde, delegacias especializadas de atendimento às mulheres, e
intensificar nossa ação enquanto sociedade civil para que a Lei Maria da Penha
seja efetivamente implementada pelos poderes locais e garantir a poli para o
fim da violência contra as mulheres, incluindo ações para erradicação da
violência em todos os sentidos.
Apesar da igualdade formal, presente na lei, é no cotidiano que se explicitam
práticas discriminatórias que atentam contra o direito à igualdade estabelecido
na Constituição Federal.
As transformações no mundo contemporâneo, a educação para a igualdade entre
meninos e meninas é um elemento fundamental da cidadania e para a construção da
democracia entre gêneros. Relações de gênero, educação e cidadania são mais do
que palavras-chave de um debate teórico, pois correspondem a leitura de mundo e
práticas educativas cuja articulação pode conferir uma dimensão profundamente
transformadora à educação escolar democrática. Lidar com as diferenças sem
transformá-las em desigualdades é um dos desafios que apresentam a educadores e
educadoras todos os dias.
Portanto, o grande desafio dos movimentos sociais e dos poderes públicos,
comprometidos com a igualdade e a justiça social, é contribuir para que se
eliminem as desigualdades entre homens e mulheres e se fortaleça a autonomia
feminina nos diferentes espaços da vida cotidiana.
Entendemos que a diretriz da igualdade de gênero entrou para a agenda das
políticas públicas. Em nossas escolas devemos educar crianças, jovens e adultos
de diferentes etnias, gêneros e origens sociais e culturais para se tornarem
pessoas capazes de desenvolver todo seu potencial na sociedade. Isto só é
possível se a igualdade, na diversidade, for estabelecida como parâmetro comum.
Dentre as diferenças, uma das que mais chama atenção é a de gênero. Houve um tempo
em que, o que hoje chamamos de preconceito sexista era a norma na sociedade.
Homem não chora; lugar de mulher era na cozinha; era ele o responsável por
sustentar a casa, enquanto à mulher cabiam os cuidados e a educação dos filhos.
Embora esses preconceitos quanto aos gêneros masculino e feminino tenham se
abrandado, a escola ainda faz circular ainda muitos desses significados em suas
práticas.
Sabemos que a transformação na direção da igualdade, respeitando as diferenças,
não se dá por inércia e nem por acaso.
Se outros modelos de masculino e feminino estão sendo gestados é porque setores
do movimento de mulheres e educadores questionaram as discriminações de gênero.
É necessário ampliar os referenciais para uma nova pedagogia e um novo projeto
político-pedagógico das escolas que entrelace as diversas perspectivas de
classe, raça/etnia e gênero, alterando as pautas valorativas que permeiam as
interações multifacetadas entre os sujeitos no cotidiano escolar.
As mulheres foram às ruas, reivindicaram e conquistaram direitos. Aos poucos, a
sociedade vem se transformando para que a linha que separa homens e mulheres
seja cada vez mais tênue.
Entendemos que, se Rio das Ostras quer ser reconhecida como uma cidade
verdadeiramente educadora, a questão de gênero,
que ainda tem um longo percurso até ser resolvida, deve estar presente na
formação de seus cidadãos e cidadãs e entrar, de modo consciente e crítico,
como parte da educação escolar.
Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
CEPRO – Um Projeto de
Cidadania, Educação e Cultura em Rio das Ostras.
Cidadania, Educação e Cultura em Rio das Ostras.
Alameda Casimiro de Abreu , n° 292 – Bairro Nova Esperança –
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Rio das Ostras
Tel.: (22) 2760-6238 e Cel.:(22)9966-9436
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