no consumo dos alimentos, como reduzir o desperdício, comprar produtos
da estação e cozinhar de forma eficiente, podem diminuir os impactos no
atual sistema alimentar global. A afirmação faz parte de um estudo
realizado pela ONG, divulgado na quarta-feira, 18 de julho.
pesquisa, que ouviu mulheres de seis países (Brasil, Filipinas, Reino
Unido, Espanha e Estados Unidos), propõe novas maneiras de se consumir
alimentos com base em princípios que incluem também o apoio a
agricultores familiares.
Reduzir o consumo de carne e de derivados
do leite também é uma alternativa indicada pelo documento, em razão da
frequente prática da pecuária extensiva (criação de bovinos em grandes
terrenos, mas com baixa produção). “Nossa ideia é empoderar as mulheres
consumidoras como autoras das mudanças nos padrões de consumo e de
desperdício”, explicou Muriel Saragoussi, coordenadora da campanha
Cresça, da Oxfam no Brasil.
Muriel lembrou que um terço dos
alimentos produzidos no mundo vai parar no lixo, enquanto cerca de 1
bilhão de pessoas passam fome no planeta. Um dos exemplos citados no
estudo trata do consumo de maçãs – cerca de 5,3 bilhões de unidades
estragam todos os anos apenas nos seis países onde as entrevistas foram
realizadas.
Brasil da agricultura familiar
O
Brasil aparece no levantamento como um país onde 70% dos alimentos
consumidos são provenientes da agricultura familiar. “É dela que vem o
alimento que está na sua mesa e na minha mesa, mas eu preciso saber como
isso é feito e me importar em apoiar os agricultores familiares”,
destacou a coordenadora. Segundo Muriel, um alimento orgânico vendido em
supermercados brasileiros chega a ser até 400% mais caro em relação aos
comercializados em feiras de produtores.
“No Brasil, as mulheres
parecem bastante conscientes e desejosas de aumentar sua capacidade de
poder escolher. Elas querem saber como economizar, como comprar no
comércio justo e buscam informações”, avaliou Muriel. Entre as
entrevistadas, 57% das brasileiras declararam que se chateiam quando
jogam alimento fora, contra 39% no Reino Unido, por exemplo.
Fonte: EcoD.
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