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O novo relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos traz uma
publicação com informações sobre as tendências mais recentes na produção
de etanol no Brasil e sua relação com a crise econômica mundial.

Confira o relatório

Destacam
ainda o papel do capital financeiro, entrelaçado com a expansão
territorial do agronegócio e seus impactos nas relações de trabalho e
nas disputas por terras
indígenas e camponesas.

De acordo com o
relatório, observa-se no campo brasileiro a permanência de um processo
de expansão de monocultivos para a produção de agrocombustíveis,
principalmente do etanol gerado a partir da cana-de-açúcar.

Concentrado
sobretudo na região Centro-Sul, principalmente no Triângulo Mineiro,
centro e sul dos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, norte do Paraná,
além do oeste e noroeste paulista, a agroindústria sucroenergética
ocupa uma extensão aproximada de 8,4 milhões de hectares no Brasil.

Com
o incentivo público dado a este setor no início dos anos 2000, foi
possível observar um vertiginoso crescimento da produção entre as safras
de 2004/2005 e 2010/2011, com a elevação de 50,08% no volume de
processamento da cana-de-açúcar.

Porém, essa tendência se
alterou na safra de 2011/2012, quando houve uma diminuição do volume de
produção em relação à expansão territorial do monocultivo de cana.

Isso
porque diversas usinas que tinham tomado empréstimos baratos em dólar,
aproveitando a valorização do real para especular com derivativos
cambiais, acabaram se endividando com a crise financeira mundial e
muitas usinas quebraram.

Nesta brincadeira, o setor somou um
prejuízo de mais de R$4 bilhões. Com isso, as empresas deixaram de
investir, por exemplo, na renovação de canaviais, tratos culturais e
adubação para manter a elevação dos níveis de produtividade.

Neste
momento que fica mais em evidência a completa dependência do
agronegócio em relação aos investimentos públicos. Em janeiro de 2012, o
governo brasileiro teve que liberar R$4 bilhões somente para a
renovação dos canaviais. Além da queda na produtividade, também ocorreu a
internacionalização monopolista do setor, o aumento da necessidade de
créditos subsidiados, a expropriação de pequenos produtores e indígenas e
a consequente substituição de lavouras alimentares.
 

Fonte: MST

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