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A escola é um espaço de socialização e pode ser o primeiro local onde as crianças passam a conviver com as diferenças. Além disso, também é um lugar de construção de identidade, desenvolvimento de pensamento crítico e percepção do outro. O estigma racial ainda é um fator muito presente na sociedade e, por isso, desenvolver uma proposta pedagógica de educação antirracista para o seu colégio é essencial.

É importante trabalhar com os pequenos a educação antirracista, onde se discuta abertamente sobre os grupos historicamente excluídos, onde exista a valorização de diferentes etnias e culturas, além do diálogo sobre racismo estrutural e privilégios. Essa prática pode se tornar uma poderosa ferramenta contra qualquer tipo de preconceito ou opressão e trazer a sensação de pertencimento aos alunos que fazem parte desses grupos.

É fundamental que toda a equipe escolar esteja alinhada durante a vivência da educação antirracista. Estudar e debater sobre o assunto é muito importante. Como ponto de partida, sugerimos a leitura do documento que o MEC disponibiliza em seu site sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro- Brasileira e Africana. 

Numa sociedade racista não basta não ser racista, é necessário ser antirracista.”

Angela Davis

As crianças precisam se sentir confortáveis e confiantes nos espaços destinados a elas

Ainda que sejam pequenas, as crianças já percebem e lidam com a existência das diferenças culturais e raciais. O movimento educação antirracista passa a fazer parte do dia a dia exatamente para que essas diferenças não se tornem uma questão.

O Brasil é um país rico em diversidade, em todas as formas que ela pode se manifestar e, por isso, a escola precisa dialogar com a multiculturalidade que existe. É preciso valorizar os diferentes povos e culturas que formaram e fazem parte hoje do país.

Os alunos devem se sentir confortáveis e confiantes para ocupar o ambiente escolar, que é destinado a eles, além de sentir conforto em estar em todos os ambientes que desejarem. É responsabilidade da escola e de seus colaboradores promover uma convivência em que o aluno se sinta representado e possa perceber a grandeza da sua ancestralidade. Além de incentivar a valorização da singularidade de cada um e o respeito às múltiplas vivências e opiniões.

Conheça a história de Thamirys Borsan e entenda a importância da escola em criar um ambiente seguro e confortável para seus alunos:

Literatura Infantil: sua maior aliada nessa transformação

No dia 10 de março de 2008, foi incluída no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. A lei 11.645/2008 estabelece:

“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.”

Nos anos iniciais do ensino fundamental, a roda de leitura é uma experiência enriquecedora para os pequenos. A literatura infantil abre espaço para o desenvolvimento da criatividade, da imaginação e do pensamento crítico, além de possibilitar o contato com novos lugares, personagens e vivências.

Histórias que apresentam o protagonismo negro ou indígena colaboram com a educação antirracista e abrem espaço para o diálogo sobre raça, racismo e pertencimento. Esse processo deve ser realizado de acordo com a idade e o nível de compreensão das crianças. Sentar em roda, ler uma história e conversar sobre o tema do livro lido, vai agregar no processo de letramento e alfabetização e ao mesmo tempo tornar a literatura infantil um instrumento dessa transformação.

No mesmo momento em que, trabalhando histórias que contem mais sobre a diversidade étnica e cultural, a escola garante que o aluno se sinta confortável e empoderado ao se ver representado nos livros. Proporcionando um ambiente de acolhimento, orgulho, aceitação e respeito da pluralidade.


Dicas de Livros para ler em sala que auxiliam no processo da educação antirracista

  • Meu Crespo é de Rainha – bell hooks
  • Meninas Negras – Maria do Carmo Ferreira da Costa
  • Coisas de Índio (versão infantil) – Daniel Munduruku
  • O Pente Penteia – Olegário Alfredo
  • Pretinha de Neve e os Sete Gigantes – Rubem Filho
  • O Tupi que Você Fala – Claudio Fragata
  • Sinto o que sinto: e a incrível história de Asta e Jaser – Lázaro Ramos
  • Black Power De Akin – Kiusam de Oliveira
  • Da Cor que Eu Sou –  Andressa Reis
  • Letras de Carvão – Irene Vasco
  • O mundo no Black Power de Tayó  –  Kiusam de Olive

Por Thayana Freita


Fonte : https://superautor.com.br/educacao-antirracista-literatura-infantil-como-transformacao/
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