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O alerta é da Agência Nacional de Águas: se até 2015 o Brasil não investir R$22 bilhões em melhorias nos sistemas de captação e abastecimento de água, o precioso líquido poderá faltar em 55% dos municípios brasileiros. Incrível que isto esteja acontecendo no país campeão mundial de água doce, que detém nada menos que 12% […]
O alerta é da Agência Nacional de Águas: se até 2015 o Brasil não investir R$22 bilhões em melhorias nos sistemas de captação e abastecimento de água, o precioso líquido poderá faltar em 55% dos municípios brasileiros. Incrível que isto esteja acontecendo no país campeão mundial de água doce, que detém nada menos que 12% de todo o estoque existente no planeta.
Um duro golpe na autoestima de um país que virou moda no mundo, incensado como potência emergente capaz de ter uma economia teimosamente aquecida em meio a crise internacional, que empresta dinheiro para o FMI e pleiteia um assento no Conselho de Segurança da ONU. O problema é que a gente acredita ser possível virar potência sem tratar cocô!
Dados da PNAD/IBGE revelam que mais da metade dos domicílios brasileiros estão desconectados da rede coletora. Nosso esgoto é arma biológica que implode a resistência de quase 12 mil rios e córregos, infectando crianças que ocupam a maioria dos leitos da rede pública de saúde com doenças de veiculação hídrica. Sucessivas diarréias causadas por água contaminada não só matam, mas minam a capacidade de aprendizagem de pequenos brasileiros condenados ao estigma de serem para sempre “sequelados”. Até quando precisaremos lembrar que o saneamento não é “básico” por acaso?
Tão criminosa quanto a poluição sistemática dos nossos recursos hídricos é o desperdício de água potável, denominada pelos técnicos de água ”nobre” pelos custos crescentes de tratamento com sulfato de alumínio, algicida, cloro e outros produtos químicos comprados às toneladas de setores cartelizados da economia. Uma conta feita pelo Instituto Akatu para o Consumo Consciente revela que se cada habitante da Grande São Paulo (aproximadamente 20 milhões de pessoas) realizasse o simples gesto de fechar a torneira enquanto escova os dentes, a economia de água expressa neste gesto equivaleria a 9 minutos ininterruptos das cataratas do Iguaçu! Vazamentos, infiltrações, descargas desreguladas, banhos longos e jatos intermitentes de mangueira para a lavagem de calçadas, quintais e carros completam a farra.
Uma boa iniciativa para inibir o desperdício é a cobrança individual de água com a instalação de hidrômetros que medem o consumo por domicílio. Outra medida inteligente é a captação de água de chuva para múltiplos usos que não demandam água potável (rega de jardim, lavagem de pisos e janelas, vaso sanitário, etc).
No campo, onde 70% de toda a água doce são consumidos em projetos equivocados de irrigação (pivô central, aspersores e inundação) o governo deveria condicionar a liberação do crédito rural à adoção de tecnologias mais eficientes inspiradas, por exemplo, no modelo israelense. São sábias as palavras do professor Aldo Rebouças da USP, uma das maiores autoridades do mundo neste assunto: “Os países hoje em dia são avaliados pela forma como sabem usar a água, e não pelo que têm de água. Porque é mais importante hoje saber usar a água do que ostentar a abundância”. Até 2015!
(artigo escrito para a Revista GQ em 6/4/2011)

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