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Na cerimônia de comemoração, a presença plural e heterogênea de todos os setores mostra o que se deve esperar do movimento ambientalista nos próximos anos.
No dia 19, a mais importante organização ambiental 100% brasileira comemorou seus 25 anos de existência, marcados por muita luta, diversas frustrações, mas também de êxitos emblemáticos como a criação do Polo Ecoturístico do Lagamar no litoral Sul de São Paulo e a criação do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – que apresenta o resultado do mapeamento e monitoramento da floresta e seus ecossistemas associados, entre outros.
O que mais chamou a atenção das pessoas que lotaram o Porão das Artes, no Parque do Ibirapuera, foi a diversidade entre as autoridades e lideranças ali presentes. Que a comemoração dos 25 anos da organização já é um motivo e tanto para comparecer, todos sabemos, mas o significado e representatividade destas participações devem ser destacados como algo muito positivo.
Pelo local passaram, e alguns também foram homenageados, parlamentares e lideranças partidárias de matizes diversas, empresários de destaque no cenário nacional, representantes de governos variados, além dos chamados formadores de opinião: jornalistas, artistas, economistas, entre outros istas de destaque.
Um novo caminho e uma montanha como obstáculo
Vivemos, sem dúvida, uma nova realidade na história das lutas ambientais no Brasil, ou seja, a de superar visões míopes, reducionistas e obtusas, e colocar em seu lugar um olhar mais claro e objetivo com vistas ao futuro comum a que todos nós estamos destinados.
Se, como muitos disseram sobre o movimento ambientalista, “seus integrantes caberiam facilmente numa Kombi” quando a SOS Mata Atlântica deu seus primeiros passos, a cerimônia dos 25 anos deixou claro que esse passado já está totalmente superado.
A questão é que mesmo a justa alegria pela comemoração do aniversário da entidade, foi pontuada por falas que lembravam a todo instante o delicado momento pelo qual passamos: a iminência da aprovação do novo texto do Código Florestal.
Reflexos do debate contribuíram para acelerar o desmatamento
O anúncio de que o ritmo do desmatamento na Amazônia cresceu cinco vezes (473%) nos meses de março e abril, em comparação com o mesmo período do ano passado, não tirou o brilho da festa, mas potencializou as preocupações de todos com o futuro.
Se a consciência para a adoção de critérios de desenvolvimento sustentável vem crescendo de maneira sólida, também é verdade que ainda existem, e não são poucos, os que acham o meio ambiente apenas um estorvo no caminho da ganância e do lucro a qualquer preço.
O relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que dá nova redação e altera pontos importantes do Código Florestal em vigência, é um desses exemplos, baseado no modelo predatório de desenvolvimento do Século 20. Ele é defendido com unhas e dentes por setores do agronegócio conhecidos por seu reacionarismo e truculência e, por outro lado, é combatido por amplos setores que, longe de apenas exercerem uma militância ambiental, querem uma discussão mais democrática e pluralista, entre eles, os cientistas ligados à Academia Brasileira de Ciências e a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
Recentemente, as entidades divulgaram um documento apelando para o bom senso e pediram abertamente para que o debate não seja ideológico, mas baseado em pesquisas científicas que apontem os melhores e mais confiáveis caminhos em que estejam contemplados o desenvolvimento e a preservação ambiental. Os cientistas deixaram claro que muito têm a contribuir, mas até o momento sequer foram ouvidos.
Façamos votos agora, para que os festejos pelos 25 anos da SOS Mata Atlântica não sejam manchados pela aprovação de um novo Código Florestal, que tanto mal fará para o futuro do Brasil e dos brasileiros.
Vida longa SOS Mata Atlântica!
* Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital e colaborador da Envolverde.
** Artigo publicado originalmente na coluna do autor, Cidadania & Sustentabilidade, no site da revista Carta Capital.
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