O Dia Internacional de Luta das Mulheres, celebrado em 8 de março, cairá neste ano em plena terça-feira de carnaval. Os movimentos e organizações que lutam pelos direitos da mulher prometem, porém, que a data não passará em branco. Aproveitando a coincidência de datas, ativistas de diversas partes do Brasil prometem levar às ruas blocos de mulheres em manifestações político-carnavalescas para reivindicar direitos, autonomia, respeito, igualdade e mostrar que o espaço da mulher na maior festa da terra não se limita à exposição de corpos seminus.
O Grupo Mulher Maravilha (GMM), por exemplo, levará às ruas de Afogados da Ingazeira, em Pernambuco, o bloco de mulheres Flor do Mandacaru neste sábado (5). Após a passagem do bloco, será feito o lançamento da Campanha do Laço Branco, cuja data oficial é 6 de dezembro, mas que será lançada antes para aumentar a divulgação e a mobilização. A campanha traz o apoio dos homens às lutas das mulheres e relembra o trágico massacre ocorrido em Montrel, no Canadá, que resultou na morte de 14 mulheres em 1989.
Após o carnaval, o GMM realizará ainda uma oficina de economia solidária, voltada ao público feminino, e um ato público. Na segunda-feira (14), acontecerá o Encontro de Mulheres do Sertão, cujo objetivo é trocar experiências e difundir as boas práticas da economia rural solidária. Na sequência, no dia 15, haverá uma vigília na praça central de Afogados da Ingazeira. No local, serão acesas velas que remeterão aos números da violência contra a mulher.
Ainda em Pernambuco, acontece o Fórum de Mulheres de Pernambuco (FMPE), cuja abertura foi realizada nesta terça-feira (1°) com um ato político-cultural no Mercado de São José, em Recife. O ato começou com uma performance do Grupo de Teatro Loucas de Pedra Lilás, que percorreu as ruas laterais da Praça Dom Vital, onde está localizado o Mercado, fazendo um toré com palavras de “desordem”, como frisa Cristina Nascimento, integrante das Loucas. De acordo com Cristina, falar bem alto “José, José, prepara o teu café!” ou “João, João, faz o teu feijão!” foi uma forma de atrair as pessoas e levá-las a refletir sobre a situação das mulheres no cotidiano.
A manhã no Mercado contou ainda com uma oficina aberta, na qual as mulheres que lá trabalham ou circulam puderam refletir e se expressar artisticamente sobre uma questão sempre atual para o feminismo: o que atrapalha a liberdade das mulheres? Pergunta que pôde ser respondida no megafone aberto, usado por militantes do FMPE, durante o ato, para denunciar problemas enfrentados pelas mulheres do estado, e em especial na Região Metropolitana do Recife.
Na tarde desta terça, será lançado também um manifesto e a programação estadual pelo Dia Internacional da Mulher durante o mês de março. Já no dia 8, o Grupo Loucas de Pedra Lilás e o FMPE colocarão na rua o bloco “As Ovelhas Rosas”. O grupo levará as lutas femininas para a rua, ao ritmo de samba, frevo e maracatu e puxando o refrão “Festa e luta bem radical / É alegria, é rebeldia / Viva o fim do sacral / E do bruto capital”.
SP
Em São Paulo, milhares de feministas deverão ir às ruas em ato que foi transferido para o dia 12 de março para não ser ofuscado pelo carnaval. A concentração terá início às 9h30 no Centro Informação Mulher, na Praça Roosevelt. De lá, as mulheres seguirão em passeata pelo centro da cidade, encerrando o ato na Praça da Sé.
No próprio dia 8 de março, contudo, o bloco “Adeus, Amélia!” levará a mensagem das feministas aos foliões. A concentração terá início às 14h, no final do elevado Presidente Artur da Costa e Silva, o Minhocão (próximo à Avenida Francisco Matarazzo). Participarão do ato mulheres da capital, Grande São Paulo e de diversas regiões do estado, como Campinas, Sorocaba, Baixada Santista, Vale do Ribeira e Vale do Paraíba. O objetivo da manifestação é chamar a atenção da população em geral para o preconceito, o machismo, a desigualdade de direitos, a violência contra a mulher, entre outros problemas enfrentados pela população feminina.
O ato também pretende denunciar e mobilizar mulheres contra a tentativa do Supremo Tribunal Federal de supressão de medidas jurídicas criadas pela Lei Maria da Penha; a falta de investimento por parte do governo estadual na ampliação das delegacias da mulher e casas abrigos; o déficit de vagas em creches e na educação infantil de São Paulo; o crescimento da intolerância e do conservadorismo, com manifestações de violência contra lésbicas, homossexuais e transexuais na cidade; o desrespeito a direitos trabalhistas das mulheres; o descaso do poder público com a reforma urbana e agrária; e a mercantilização do corpo da mulher nos meios de comunicação, entre outros.
As brasileiras prestarão ainda solidariedade internacional às mulheres de todo o mundo, tanto àquelas que lutam na Europa contra os efeitos da crise quanto àquelas que se unem para derrubar ditaduras ou acabar com ocupações militares existentes, como no Haiti.
Rio
No Rio, desde 1998, a Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra) marca o 8 de março distribuindo milhares de rosas e uma mensagem às mulheres que desembarcam na estação de trem Central do Brasil, entre 5h e 6h, rumo a sua jornada diária de trabalho. A meta da organização é distribuir neste ano 5 mil rosas. Para ajudar a arcar com os custos das rosas (R$ 1 a unidade) a Camtra pede a colaboração de mulheres, homens e instituições que possam contribuir para a aquisição de pelo menos 10 rosas, doando R$ 10,00 (doação mínima). As rosas serão distribuídas na Central do Brasil e Centro Comercial da SAARA no dia 11 de Março de 2011.
Sobre o 8 de Março
Em 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, na 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado inicialmente em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país. A ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917 é a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher. Com a revolução, muitos direitos foram conquistados, como o voto, a elegibilidade feminina e o direito ao aborto. Em 1922, a celebração internacional foi oficializada e o 8 de Março se transformou na data símbolo da participação das mulheres para transformarem sua condição e a sociedade como um todo.
Para mais informações sobre atividades das associadas da ABONG no 8 de março, acesse http://www.abong.org.br/ ; http://www.cfemea.org.br/ ; http://www.sermulher.org.br/ e http://www.geledes.org.br/
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