“Viver e não ter a vergonha de ser feliz!”
Gonzaguinha
É bem conhecido entre nós o ditado que afirma que nem só de pão vive o homem (e a mulher). No entanto, não é levado muito a sério em nossa cultura, mais preocupada com valores materiais, esta preocupação decorre de uma identificação com o ego e seus valores.
Valores como propriedade, dinheiro, poder, sucesso, fama, dentre outros, servem ao propósito de exaltar a imagem da pessoa aos olhos dos outros. Estamos diante de uma egolatria que, com o narcisismo, constitui um autêntico mal do século!
A busca incessante de valores egóicos se torna a atividade dominante de nossa cultura. O resultado disso é que valores mais importantes e autênticos são ignorados ou desprestigiados porque não conseguimos mais perceber a sua relevância para a vida cotidiana, como são os casos da dignidade, do respeito e da honra.
No entanto, sendo o ego parte integrante da personalidade humana é preciso reconciliá-lo com o corpo: um e outro refletem duas diferentes facetas de nossa personalidade. Ambos são fundamentais para o saudável funcionamento de um indivíduo.
Os valores corporais são balizados por objetos e atividades que promovem sensações de bem-estar do corpo. Estão entre eles o amor, a beleza, a liberdade e a dignidade, que são valores internos em oposição aos valores egóicos, ou materiais, que são resultado do relacionamento do indivíduo com o mundo externo e aspectos exteriores ao seu ser.
A falta de identificação com esses valores tem sido uma base dos grandes problemas sociais que abalam nossas sociedades hoje. E outro valor imaterial que está praticamente alijado de nossa cultura é o sentimento de identificação e harmonia com a natureza, com o seu meio ambiente.
Nossa civilização está identificada com a vida das cidades. Mas se hoje as grandes cidades são a glória do homem moderno, são também sua tragédia. Poucos são aqueles livres de tormentos como a poluição do ar, da agitação, dos congestionamentos, dos ruídos, da violência e da sujeira.
Mesmo quando existe aqui ou ali alguma esquina ou recanto aprazível, eles estão soterrados pelo mau gosto da publicidade moderna, que reflete a obsessão pelo consumismo e pelo sexo vulgar como expressou o célebre escritor e psicólogo Jung, o homem moderno na cultura ocidental perdeu sua alma!
E quantas pessoas existem cegas para tudo isso e se entregam aos jogos ilusórios de um mundo onde a barbárie atinge seu paroxismo diante da iminência de guerra generalizadas, terrorismos diversos, endemias várias e tantos outros fatores de dor e sofrimento.
Finalmente, existem muitas exceções que apontariam para uma mudança nessas cenas trágicas do nosso mundo contemporâneo. De fato, outro mundo é necessário e possível!
O que estaria reservado a nós, pacatos riostrenses – autóctones ou “estrangeiros”-, neste ano que se inicia? O que estaria por se realizar de bom e proveitoso? Que surpresas estariam por vir para nos aquinhoar com a felicidade?
Pelo exposto, nossa cidade não é uma ilha isolada deste conturbado mundo. Embora merecidamente considerada uma “pérola”, tem seus desafios e dificuldades que precisam ser superados. Se tudo é política, no entanto política não é tudo. Aliás, precisamos resgatar a credibilidade perdida pela maioria dos nossos políticos e governantes país afora.
Neste ano eleitoral, quando o exercício pleno da cidadania se colocará à prova, nossos concidadãos terão um desafio especial, no sentido de fazer sua escolha livre e consciente: quem estará no próximo quadriênio à frente dos destinos do nosso país e estado? Até lá teremos muito trabalho a realizar e frutos a colher em vista de nossa felizCidade!
Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão – Rio das Ostras
Email: guilherminarocha@ig.com.br
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