Os mais variados movimentos discutiram o que e como fazer para realizar esta ou aquela ação de maneira mais qualificada, mais produtiva e mais atuante. Essas discussões visam desenvolver políticas e ações que valorizem o trabalho ético, a defesa do meio ambiente, a luta contra as injustiças sociais, a luta contra a violência sofrida pelas mulheres, a igualdade e o respeito nas relações étnico-raciais, a busca pela resolução dos conflitos internacionais, enfim a eterna saga por um mundo mais solidário, fraterno, menos individualista e onde de fato os governos tomem decisões reais e efetivas para transformar o mundo em algo muito melhor.
No decorrer deste Fórum ficou claro nas ruas de Belém que todas as atividades e eventos propostos acertaram no objetivo, a necessidade de congregar grupos sociais diversos, para que tomem ciência das proposições de cada um deles e ampliem ainda mais seu campo de ação.
Do ponto de vista cultural, Belém se tornou uma espécie de capital do mundo, a bela “Cidade Morena”, com suas contraditórias relações culturais, acolheu e abraçou os visitantes de uma forma tão espetacular e carinhosa que muitos pretendem voltar em breve ou assim que for possível.
Por outro lado, a “Metrópole da Amazônia” tem diversos desafios a enfrentar, prostituição infantil, assaltos, trânsito caótico, falta de saneamento básico nas proximidades das universidades e falta de acesso à saúde e à educação básica.
O cidadão comum belenense convergiu com diversos povos do mundo, latino-americanos, em sua maioria. Mas também havia por lá indianos, chineses, e até mesmo povos apátridas, que usaram o palco do Fórum para mostrar suas angústias e desejos por uma terra, já que seus nacionalismos não lhes podem ser retirados. Bascos, Palestinos e vários outros encontraram novos amigos e simpatizantes de suas causas.
O idioma, que pode ser um elemento de separação dos povos, ganhou uma poderosa adversária – a boa vontade. Assim vimos brasileiros, indígenas, ingleses, franceses, italianos, alemães, entre outros, se comunicando por meio de uma mistura de idiomas, mesclados por gestos em sua expressão mais ampla ou hora meio que contidos. Nada importou, na forma, porque os objetivos foram alcançados, manter uma conversa sadia e proveitosa.
Não podemos deixar de falar da onda de cultura que tomou a cidade. Músicas, em repertórios exóticos, com muita percussão, aparelhos eletrônicos. As danças típicas do Pará, como o carimbó, convivendo com o pagode e o samba carioca, com o rock paulista e com outros ritmos musicais. Foi a música que ditou o ritmo das atividades culturais, das manifestações políticas e civis.
Nós do CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras também nos misturados a essa Babel. Falamos de nós, mostramos nosso trabalho. Aprendemos e dividimos, como é a praxe fazer nestes ambientes primordiais. Trouxemos Rio das Ostras para Belém, rompemos fronteiras. Talvez no próximo verão iremos receber um bom bocado daquela gente especial que esteve no Fórum aqui em nossa cidade. Agora um pouco mais conhecida.
Esperamos ansiosos que o FSM 2009 renda frutos e amplie cada vez mais ações por um mundo melhor e mais justo.
Até o próximo FSM.
Diretoria do CEPRO*
* Foram correspondentes do Jornal Razão em Belém, nos eventos do Fórum Social Mundial os professores César Gomes, Fábio Rocha e Rosilene Macedo.
CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
Avenida das Flores n° 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com
Bem interessante a postagem de vocês sobre o FSM. Alguns alunos do PURO-UFF também participaram e acredito que esse Fórum será, para além dos últimos, determinante no nosso futuro. Abraços a todos do CEPRO. MARIAH GUEDES – PRODUÇÃO CULTURAL