Antonio Gramsci
Ao longo do século XX ocorreram intensas mudanças no campo do conhecimento histórico, econômico, político e social.
Como salientou o historiador Eric Hobsbawm “a destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um fenômeno mais característicos e lúgubres* do final do século XX”.
Isto é, no desenvolvimento tecnológico, na ciência ou nos processos sociais, em muitas ocasiões tudo parece se transformar.
As necessidades impostas pela globalização têm procurado oferecer condições objetivas para o interesse do capital, no que se refere às novas tecnologias.
As tendências do mercado de trabalho voltadas exclusivamente para o aumento da produção em escala mundial, têm efetivamente alterado as relações no ambiente de trabalho, tanto do ponto de vista das estruturas produtivas, como das relações entre o capital e trabalho, marcadas pelas representações de classe.
Estas mudanças têm reflexo direto e indiretamente nas posturas de governo, trabalhadores e empresários.
A globalização da economia tem colocado regiões inteiras do planeta numa situação em que predomina a exclusão social, por um lado e por outro, o desemprego e os ataques permanentes aos direitos sócio-ambientais e trabalhistas.
Nos países mais pobres ou economicamente mais frágeis, as políticas de ajustes estruturais se refletem em privatizações de empresas estatais e na reestruturação de políticas laborais, convertendo emprego seguro em trabalhos precários e relações de trabalho flexibilizadas, com o enfoque na redução de direitos trabalhistas e sociais.
A desregulamentação do Estado e a redução de gastos públicos para fins sociais, são fortes exemplos dos impactos dessa globalização.
Nesse bojo, ressalta-se a necessidade premente de se promover um novo modelo de desenvolvimento no país, centrado na sustentabilidade econômica , social e do ambiente.
Dessa forma, o crescimento do emprego e da renda – assim como a concretização do conceito de trabalho decente emanado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) – são alguns dos pressupostos fundamentais para estabelecer um novo marco regulatório das relações entre capital e trabalho.
A conjuntura nacional, embora contraditória, pode representar um oportunidade de avanço da classe trabalhadora. O desafio sempre foi e continua sendo reforçar que a nossa proposta para a construção de um outro mundo, no qual a inclusão seja a tônica, deve contemplar nas análises econômicas nacional e internacional, as dimensões de gênero, raça/etnia, reafirmando que não há neutralidade em qualquer política econômica que se adote, pois está demonstrado que os efeitos da aplicação da política macroeconômica são diferenciados seja para gênero, seja para a diversidade étnico/racial e cultural.
Assim, a implementação de um novo marco de civilização no Brasil, pautado pelo diálogo social e pelo respeito aos direitos individuais e coletivos, requer também, para sua consolidação, instituições democráticas da sociedade civil, fortes, representativas e autônomas frente ao Estado e ao capital, que ultrapassem várias gerações e se modernizem em sintonia com o seu próprio tempo.
Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão – Rio das Ostras
Email: guilherminarocha@oi.com.br
CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
Avenida das Flores, nº 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238 / (22) 9834-7409
E-mail: cepro.rj@gmail.com
Blog: http://cepro-rj.blogspot.com