Mais um ano letivo se inicia e com ele renovamos as expectativas, reafirmando nossa intenção de trabalho, numa ação conjunta e múltipla, ‘possibilitadora’ de diálogos e trocas. Através dos professores, funcionários, alunos e pais.
Compreendemos que a escola por sua vez é um bem público, político e cultural, que deve dar voz às culturas e saberes silenciados. A escola é um espaço de poder. Portanto, o poder dominante pode ser ‘desocultado’. Ele nunca é total. Nela, é possível construir coletivamente formas de existência, de práticas políticas e pedagógicas, fundadas na horizontalidade, na autonomia, na participação e na democracia.
Destacamos a formação. Ela deve ser pensada como processo inicial e continuado e definida como direito dos profissionais da educação e dever do Estado, garantindo as condições para esse processo formativo, principalmente dentro de sua carga horária de trabalho, conforme prevê a LDBEN.
Infelizmente, as políticas educacionais pouco avançaram no sentido da construção da educação classista, pública, inclusiva, gratuita, democrática e de qualidade social.
Consideramos que as produções teóricas contribuíram para nossas reflexões e ações. Nessa perspectiva foi, e continua sendo, levar aos sujeitos de nosso tempo as experiências e as reflexões teóricas que contribuíram a luta da humanidade, principalmente em nossa especificidade educacional. Neste sentido, estar aberto ao debate, ao refazer, a repensar nossas práticas e produções.
Como uma educadora progressista, minha posição é a favor da Escola que contribui para a formação humana, num movimento permanente de re-reflexão sobre si mesma. Nas palavras de Paulo Freire: “Se a reprodução da ideologia dominante implica, fundamentalmente, a ocultação de verdades, a distorção da razão de ser dos fatos que, explicados, revelados e desvelados trabalhariam contra os interesses dominantes, a tarefa dos educadores e educadoras progressistas é ‘desolcutar’ verdades, jamais mentir”.
Para isso, é necessário enfatizar o investimento na formação teórica e prática. Tendo como base um projeto político-pedagógico que atenda a diversidade étnica e de gênero, garantindo o acesso à educação em igualdade de condições aos filhos e filhas dos trabalhadores, uma escola democrática, transparente tanto na gestão quanto em sua proposta pedagógica.
Por fim, insistimos numa afirmação – os desafios são muitos e nada melhor para se superar as dificuldades do que partir do discurso para a prática. Entendemos que este deve ser um compromisso de todos e todas. Devemos lutar por um modelo de desenvolvimento que seja socialmente justo, com valores éticos e respeito à soberania dos povos.
Concluo re-afirmando que a mais perversa armadilha da alienação é acreditar que o mundo “sempre foi assim” e, portanto, “sempre será”.
Professora Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora.
Presidente do CEPRO
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Rio das Ostras
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