Marcelo Barros
Monge beneditino e escritor
Universidades, escolas, empresas, movimentos populares e até clubes fazem assembléias e convenções. Atualmente, a humanidade inteira é convocada para um encontro, aberto a todos os homens e mulheres que se sintam cidadãos do mundo e tenham no coração o desejo de transformar a sociedade. Há exatamente onze anos, milhares de pessoas se reuniram em Porto Alegre para refletir juntos e programar o que cada um/uma, em sua organização de base ou na vida cotidiana, poderia fazer por “um novo mundo possível”. Onze anos depois, desta terça-feira, 24 ao domingo 29, uma nova sessão do Fórum Social Mundial (FSM) acontecerá mais uma vez em Porto Alegre, desta vez com o tema “Crise capitalista – justiça social e ambiental”. Esse fórum, que reúne mais de cem mil pessoas, será uma das atividades preparatórias da Cúpula dos Povos, evento paralelo à conferência da ONU sobre ecologia e condições ambientais que se realizará no Rio de Janeiro de 20 a 21 de junho deste ano (Rio + 20).
Esse FSM acontece no momento em que vários povos se movimentam por liberdade e democracia. No Ocidente, a crise do capitalismo e da própria civilização, expressa de tantas formas diversas, tem suscitado o movimento “Ocupem Wall Street”. Essas manifestações dizem claramente que a juventude e grande parte da sociedade civil internacional não querem mais esse modo de organizar o mundo. Entretanto, não conseguem ainda vislumbrar modelos ou métodos de organização social alternativos. O atual modelo capitalista levou séculos até se concretizar no sistema vigente. Não se pode exigir da juventude atual e dos movimentos populares que, diante da crise do sistema dominante, tirem do bolso uma proposta alternativa pronta e definida. O importante é partir de pequenas experiências locais já em funcionamento (organizações de economia solidária, cooperativas populares e outras) e que todas as pessoas e grupos que buscam um novo mundo possível se abram ao diálogo e à coragem de ensaiar o novo. Sobre isso, em artigo recente, Frei Betto escreveu: “Do lado da esperança, e após três décadas de globocolonização neoliberal, as manifestações sinalizam valores positivos como a empatia pelo sofrimento alheio, a solidariedade, a defesa da igualdade, a busca de justiça, o reconhecimento da diversidade e a preservação ambiental. Sem esse universo ético não há esperança de se construirum outro mundo possível”.
Nas tradições espirituais, o termo Igreja se tornou patrimônio das confissões cristãs e de algumas outras comunidades religiosas, como no Brasil, a religião do Santo Daime. Em grego Igreja (ekklesia) significa assembléia de cidadãos, portanto um fórum de debates e de propostas para a caminhada comum. No tempo do cristianismo primitivo, Igreja era a assembléia dos cidadãos de uma cidade que se reunia para os julgamentos e as decisões que diziam respeito à vida na cidade. Era uma associação elitista (mulher, criança e pobre não participavam). Paulo chamou de Igrejas as comunidades dos discípulos e discípulas de Jesus para dizer que o projeto divino convoca a todas as pessoas a serem iguais e trabalharem juntas pela paz e pela justiça. Hoje toda humanidade é convocada para esse processo dos fóruns sociais, cuja proposta é caminharmos juntos para a realização do projeto divino da justiça, paz e cuidado com o planeta Terra e o universo que nos rodeia. Para todos nós que participaremos diretamente ou não desse caminho, é bom lembrar a palavra de Jesus: Felizes os que trabalham pela paz, eles fazem o que Deus faz”(Mt 5, 9).
Fonte: http://www.adital.com.br/
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